segunda-feira, julho 11

Vaga no olho molhado dor contida. Fica lá quase transbordando, quase querendo voltar a sentimento em ebulição, nó na garganta, dor no peito, frio no estômago. Olho avesso ao espelho, boca calada a palavra. Olho que fica. Olho que se agita irado. Vê o tropeço, lê o oculto, sabe o que esconde. Olha por dentro. Lembra o começo. Olho devoto. Olhos sublimes. Olha o que quer. Cala o que vê. Olhos que iludem, olhos enganados, olho vendado. Olhos nadam, olhos pescam, olhos voam, olhos andam por aí abstraídos do resto do corpo. Olhos têm vida própria e esperam. Ah! Como esperam!

olhos de futuro viajante ainda preso ao passado
olhos que inventam histórias e acreditam nelas


Abro os olhos

Olhos de espanto
piscam de quando em quando.

T.
colagem e pintura em prato de vidro, 26cm / maria tereza prado
série releituras de Fornasetti, Themes and Variations

3 comentários:

Zoe de Camaris disse...

tequinha,

linkei seu blog no palavra de pantera.

besos,

Lala disse...

Esse eu também amei!
Beijos

Adriana disse...

Olá Tereza!

Adorei seus poemas e seu trabalho como artista plástica!

Gostaria de saber se é possível adquirir obras da série releitura de Fornasetti (não moro em Curitiba).

Grande abraço,

Adriana